Carrinho de compras adaptado para cadeirantes. Pessoas com deficiência são consumidores.

por | 27 maio, 2019 | Turismo Adaptado | 2 Comentários

O comércio precisa estar adaptado aos compradores com deficiência. E essa necessidade não é só uma questão arquitetônica, é preciso saber atender adequadamente, e ter equipamentos adequados de acordo com o tipo de comércio. Em lojas de roupas, provadores acessíveis, em restaurantes, mesas acessíveis e em supermercados, caixas e carrinhos de compras acessíveis.

Quando a compra é pouca, dependendo do peso e tamanho, com certa habilidade é possível um cadeirante equilibrar o produto no colo. Mas quando a quantidade é grande, isso se torna quase impossível. Eu (Ricardo Shimosakai) sempre ando com uma mochila, onde aproveito para colocar as compras para levar para casa. Mas fazer isso dentro do supermercado, pode até parecer uma tentativa de furto.

Algumas vezes uso também aqueles cestos de compra, oferecidas no local, quando a quantidade é maior do que eu consigo equilibrar livremente. Coloco o cesto no colo e assim consigo equilibrar melhor e carregar mais produtos. Mas nem todos os formatos de cesto é possível utilizar desta forma.

Em alguns supermercados maiores ou hipermercados, são oferecidos scooters, que são aqueles carrinhos motorizados, e que possui uma cestinha na frente, mas ela é muito pequena.

Quando a quantidade, volume e peso dos produtos forem grandes, nem o cesto de compra adianta, daí seria necessário um carrinho de compra grande. Mas um carrinho não é acessível para cadeira de rodas, não há como empurrar o carrinho e a cadeira de rodas juntos, ainda mais com peso.

Já vi modelos de carrinhos de compras adaptados em outros países, mas no Brasil isto é difícil. Em um certo dia de compras de materiais de construção, achei um modelo na loja Leroy Merlin. Achei a iniciativa muito boa, e fui experimentar. Mas achei muita dificuldade em entender como utilizar o equipamento, pois não era nada intuitivo e não havia um local com instruções de uso.

Funcionários vieram tentar me ajudar, mas nem eles mesmos sabiam como aquilo funcionava. A primeira dificuldade era como conectar o carrinho de compras na cadeira de rodas, pois não tinha nenhuma parte para isso, a não ser algumas cintas, mas que também não entendíamos como fazer a ligação.

Outra dificuldade era que a parte superior do carrinho de comprar era muito alta, praticamente na altura do meu nariz, e eu não sou um cadeirante baixo. Dependendo da pessoa, teria que que jogar o produto para acertar no cesto do carrinho. Mesmo de conectar, também achei difícil fazer curvas com o carrinho, que tinha quatro rodas como os convencionais.

Por tudo isso, o final da história é que não consegui utilizar o equipamento. Tinha colocado o vídeo acima no canal da Turismo Adaptado no YouTube, e a loja Leroy Merlin acabou vendo e entrando em contato comigo, para que eu desse dicas de como melhorar o carrinho juntamente com o fabricante. Eu ofereci minha consultoria para fazer um trabalho em cima disso, e não somente dar dicas. Assim teríamos um produto muito bom, e também colocaria isso ao conhecimento do público, pois é muito importante que os usuários saibam dessas facilidades.

Até agora não tive um retorno da loja, espero que eles realmente aceitem fazer essa melhoria orientada por nós, e que eu possa mudar a história dessa matéria com um final feliz.

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2 Comentários

  1. Isamara Monteiro

    Ainda temos muitas coisas pra fazer quando o assunto é necessidades especiais. Mesmo quando a loja tem carrinho elétrico, é impossível pragar produtos nas prateleiras superiores ! Outra coisa que já percebi e enfrentei dificuldades, é o espaço entre as prateleiras e corredores dos mercados. Tem lugares que é impossível manobrar ou virar o carrinho. Não tem espaço ! Para ir de um corredor para outro se torna impossível ! Só indo de ré para voltar ao corredor principal e tentar entrar no outro corredor. Outra coisa que notei é que alguns mercados, mesmo tendo os caixas para necessidades especiais, a largura para passar o carrinho é estreita. O que faz com que vc tenha que dar ré, dar a volta para ir por fora para conseguir acessar o caixa, pagar e pegar suas compras ! Já alertei os mercados, mas não obtive respostas.

    • Ricardo Shimosakai

      Sim, isso foi apresentado na matéria anterior com o título “Mercados de alimentos inacessíveis”. E ainda nem foram apontadas todas as necessidades que precisam ser adaptadas. De uma olhada lá. Mas é ótimo que todos os consumidores relatem os problemas ao comércio, pois essa é a atitude que mais provoca mudanças.

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